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Na procura de maior qualidade de vida através da gestão da mobilidade

Uma visão inovadora de qualidade do ambiente urbano na perspetiva de Paula Teles, CEO da mpt®

No âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, a Ubiwhere esteve à conversa com Paula Teles, CEO da mpt®. Foi a Mobilidade que nos conduziu até esta conversa. Uma conversa onde se procurou saber as tendências da mobilidade, a importância deste setor numa cidade e como a tecnologia pode ajudar e apoiar de forma positiva a gestão da mobilidade num ambiente urbano. Uma conversa guiada pela visão inovadora de Paula Teles.

Tal como a Ubiwhere, a mpt® tem como objetivo desenhar cidades com mobilidade para todos. Tornar os territórios acessíveis é o foco do trabalho de Paula Teles, CEO da mpt® - Mobilidade e Planeamento do Território. Com um caráter empreendedor, Paula Teles procura otimizar as cidades sem descurar a mobilidade de todos os que lá trabalham, residem e visitam. A Ubiwhere identifica-se com esta perspetiva de Paula Teles, visto que as nossas soluções tecnológicas são criadas com uma visão de futuro com o objetivo de melhorar a vida dos cidadãos.

’’Estudar hoje a mobilidade é estudar as pessoas nas suas deslocações do quotidiano, os seus estilos e modos de vida e, acima de tudo, a sua saúde pública.’’

Ubiwhere: Há cada vez mais e mais pessoas e organizações a demonstrarem preocupação com a Mobilidade. Por que motivo acha que a Mobilidade é um assunto tão presente nos dias de hoje?

Paula Teles: Por vários fatores, a mobilidade passou a ser uma das enormes preocupações do mundo de hoje. Por um lado, na minha opinião, por causa das alterações climáticas e respetivo aquecimento global. Sabemos que as cidades estão cada vez mais quentes e que os fenómenos climáticos têm instabilizado muitos territórios com diferentes temperaturas, temporais, furacões, ciclones, entre outros acontecimentos meteorológicos nunca vistos. Se cerca de 1/3 das emissões em todo mundo advêm da mobilidade e transportes, como não termos esta questão como uma das maiores preocupações?

Por outro lado, e diretamente ligada, é a questão da saúde pública. Hoje sabemos a relação direta que existe entre a mobilidade, as respetivas emissões de gases nefastos para a atmosfera e a saúde pública. Há anos que se estuda, por exemplo, na cidade do Porto, o fenómeno de entradas no Hospital de S. João de utentes com alergias, rinites, problemas pulmonares, dores de cabeça, náuseas, entre outros sintomas, e os caudais de ozono que existem na VCI. E à medida que aumentam os gases nesta circular interna do Porto, aumentam as entradas de pessoas, em estado grave, no hospital.

 

UW: Quais são, na sua opinião, as principais tendências de futuro na área da Mobilidade?

PT: As principais tendências no futuro vão ser a prática de modos mais sustentáveis. Os chamados modos suaves: andar mais a pé e de bicicleta. Andar de transporte público vai também ser um dos maiores desafios para as políticas públicas e a transferência modal do automóvel para este tipo de veículos. Mas, para que isto aconteça, as autarquias e os governos terão de apostar na construção de boas interfaces e plataformas multimodais, sob pena que ninguém vai querer abdicar do conforto de andar de carro, para passar a utilizar o transporte público coletivo. Assim, um dos desafios e tendências, será também o redesenho do espaço público, capaz de dotar as cidades de mais passeios, maiores, inclusivos, confortáveis e seguros e resgatar espaço ao automóvel para este tipo de novas mobilidades.

 

UW: Considera que a ciência de dados e a transição digital podem ser apontadas também como novas tendências no setor da Mobilidade?

PT: Sem qualquer dúvida. Cada vez mais teremos de ter uma gestão mais eficiente das cidades. Elas são como células vivas. Têm de ser ativadas, têm de trabalhar, mas precisam de ser acompanhadas no exercício da sua atividade. Ou seja, serem bem diagnosticadas para uma prescrição médica cuidada da sua manutenção. Ora, só através de dados, conseguiremos saber exatamente o pulsar da mobilidade e da cidade e, fazer a sua monitorização em conformidade.

 

A transição digital na mobilidade é algo que vai ser uma realidade, pois evitará falhas do sistema e permitirá a integração dos diferentes modos de mobilidade.

 

A existência de informação séria e credível será a única forma de permitir esta mudança cultural de não andarmos todos de carro para fazermos apenas 200 ou 300 metros. Recordo que 60% das deslocações nas cidades, são efetuadas para percursos inferiores a 3 kms. O que significa que a existência de plataformas digitais capazes de informarem sobre os transportes públicos existentes, a sua frequência, as rotas, entre outras informações úteis, permitirão, certamente, novos modos de mobilidade no futuro e a menor utilização do automóvel. Ou seja, a descarbonização também passará por aqui.

 

UW: Do vasto trabalho de terreno que tem vindo a assinar, considera que as Câmaras Municipais e as cidades estão despertas para esta nova realidade da tecnologia e da digitalização?

PT: Acho que ainda existe um caminho muito grande a fazer. Mas também acredito na capacidade que os Municípios têm para a mudança e a relação muito focada nos problemas das pessoas e do terreno, sempre as levou a criarem músculo ao longo da história, para ultrapassarem as maiores adversidades. Acredito mesmo que é o que vai acontecer no que diz respeito às tecnologias e ao mundo digital. As Câmaras Municipais rapidamente, quase por contágio, vão apostar nesta área. Passará por aqui o futuro, na maior eficiência de um território cada vez mais complexo e, em que o tempo será mais curto, para se tomarem grandes decisões.

 

As tecnologias, sem dúvida, vão monitorizar as cidades inteligentes e, será mais fácil e seguro, tomarem-se decisões.

 

Um dos trabalhos mais complexos, na minha modesta opinião, passará pela integração de todas as apps, sistemas tecnológicos e dados dentro da mesma autarquia e depois, na escala superior, mas também acredito que empresas tecnológicas de gente jovem e inovadora, como a Ubiwhere, sejam capazes de nos ajudarem a resolver os problemas!

 

UW: E, por fim, qual é o trabalho que empresas como nós, mpt® e Ubiwhere, podem fazer para preparar as cidades para os desafios do futuro nesta área da Mobilidade?

PT: Tudo. Temos um mundo cheio de sonhos, pela frente, ainda por concretizar. Ajudarmos a planear a mobilidade e desenhar melhor as cidades é uma das competências da mpt® que, por sua vez, precisa do conhecimento tecnológico e inteligência que a Ubiwhere tão bem sabe desenvolver, para nos ajudar a planear melhor, fazer melhores projetos com implicações diretas na qualidade de vida dos cidadãos. Em suma, acredito muito que dentro de poucos anos, uma empresa de planeamento e gestão da mobilidade, como a mpt®, já não saiba trabalhar sem ter dados online e just in time, capaz de integrar as diversas opções de planeamento e gestão da mobilidade, em cidades que cada vez serão mais complexas, terão menores recursos, e onde a sustentabilidade terá de estar sempre na base das decisões!

Enfim, temos um mundo à nossa frente para trabalhar na escala nacional, mas também na escala internacional, pois somos duas empresas com know how muito à frente do nosso tempo, como, de resto, a história das duas empresas vem mostrando. Ambas iniciaram missões que na época eram sonhos para muitos. Hoje, são esses nossos sonhos que se irão constituir como grandes missões para ajudar a melhorar o nosso planeta!

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